Durante a sessão ordinária desta terça-feira (8), na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Adjuto Dias (MDB) usou a tribuna para criticar a recente propaganda institucional do Governo do Estado. Embora tenha reconhecido a qualidade técnica da peça publicitária, o parlamentar questionou os dados apresentados, especialmente no que se refere à situação da saúde pública e à infraestrutura das estradas potiguares.
“A realidade é outra daquela que vem sendo veiculada”, disse o deputado. Um dos pontos questionado é a afirmação de que o Hospital Walfredo Gurgel — maior unidade de saúde do Rio Grande do Norte — estaria sem filas de espera. “Estive ontem no hospital e encontrei 37 pacientes aguardando por leitos, além da evidente falta de estrutura no prédio”, relatou ele.
Adjuto Dias também rebateu a informação de que as estradas do Estado estariam em boas condições, sem buracos. Segundo ele, “a situação que a população enfrenta diariamente nas rodovias contrasta com o que é mostrado na propaganda oficial”.
O parlamentar finalizou seu pronunciamento cobrando “ações concretas” do Executivo estadual: “Vamos continuar fiscalizando. O que queremos é que o Governo tome medidas reais para melhorar a situação do Walfredo Gurgel e das demais áreas críticas do Estado”, finalizou ele.
O abastecimento de água pela Adutora Monsenhor Expedito está temporariamente parado desde a manhã desta segunda-feira (7) devido a um problema elétrico no sistema. A concessionária de energia foi acionada pela Caern e a previsão inicial é de que a energia seja restabelecida até o início da noite desta segunda.
Todas as cidades atendidas pela adutora foram afetadas: Barcelona, Boa Saúde, Bom Jesus, Campo Redondo, Coronel Ezequiel, Ielmo Marinho, Jaçanã, Japi, Lagoa D’Anta, Lagoa de Pedras, Lagoa de Velhos, Lagoa Salgada, Lajes Pintadas, Monte Alegre, Monte das Gameleiras, a e Fica, Rui Barbosa, Santa Cruz, Santa Maria, São Bento do Trairi, São José de Campestre, São Paulo do Potengi, São Pedro, São Tomé, Senador Elói de Souza, Serra Caiada, Serra de São Bento, Serrinha, Sítio Novo e Tangará.
A normalização no envio de água para os locais afetados ocorre em até 72 horas após religado o sistema.
Em pronunciamento na sessão plenária desta quinta-feira (3), na Assembleia Legislativa (ALRN), o deputado estadual Neilton Diógenes (PP) enfatizou a importância do anúncio oficial do Governo do Estado sobre a dragagem do canal do Porto de Natal, e discorreu sobre o potencial de desenvolvimento com a futura obra de duplicação da BR-304.
Em sua fala, o parlamentar destacou as tratativas iniciais sobre a necessidade da dragagem ainda no começo de seu mandato. “Eu queria aqui enfatizar a importância de uma grande obra oficialmente anunciada pelo Governo do Estado, que é a dragagem do canal do nosso porto de Natal”, disse. Neilton relatou conversas, à época, com o então ex-deputado federal Rafael Motta sobre como a falta de profundidade do canal impedia a atracação de grandes navios de cruzeiros e de cargas. Ele também mencionou que a altura da ponte Newton Navarro, próxima ao porto, foi diminuída por questões logísticas, o que também impedia um tráfego maior.
O deputado ressaltou que a dragagem, com o investimento anunciado de R$ 54,5 milhões permitirá que o porto receba embarcações maiores, “o que consequentemente gerará desenvolvimento para o estado ao possibilitar novas rotas turísticas e um maior fluxo de cargas”, observou.
Ainda em pronunciamento, Neilton Diógenes abordou a expectativa para o início da obra de duplicação da BR-304, que ligará Mossoró à capital. Ele acredita que essa duplicação, juntamente com o retorno dos voos comerciais para Mossoró, “impulsionará o desenvolvimento tanto do interior quanto da capital, facilitando o escoamento da produção, como sal e petróleo, para o Porto de Natal”, afirmou.
O parlamentar expressou uma visão de futuro para o Rio Grande do Norte, “um estado com grande potencial que necessita de investimentos em infraestrutura, incluindo rodovias, portos e aeroportos, e até mesmo a possível retomada da ferrovia que ligava a Costa Branca à Paraíba”, falou. Ele concluiu enfatizando que “melhorias nessas áreas trazem consigo desenvolvimento econômico e novas oportunidades para a população”.
O prefeito de Campo Redondo, Dr. Renam, está em Brasília até sexta-feira, 4 de abril, buscando recursos para o município. Durante sua visita à capital federal, o prefeito tem se reunido com senadores, deputados e visitado diversos ministérios para tratar de demandas essenciais, como pavimentação, asfalto, custeio da saúde e outras obras estruturantes. Acompanhado pela equipe de assessores, incluindo Paulo Júnior e Franco Anicley, além da primeira-dama Kylvia Twiza, Renam tem se dedicado a viabilizar importantes investimentos para a cidade.
Em uma das visitas, o prefeito foi recebido pela senadora Zenaide Maia, que se comprometeu a continuar disponibilizando recursos para Campo Redondo. “A nossa parceria é de longo prazo, e sempre que a cidade precisar, estarei à disposição para ajudar”, afirmou a senadora.
Renam também se reuniu com o senador Styvenson Valentim. Durante o encontro, solicitou emendas para obras estruturantes e aproveitou para agradecer pela importância da Liga Contra o Câncer em Currais Novos, que tem beneficiado as regiões do Seridó e Trairi. Styvenson reafirmou seu compromisso, dizendo: “Campo Redondo pode contar com meu empenho para o desenvolvimento da cidade.”
O prefeito foi ainda recebido pelo senador Rogério Marinho, que também se comprometeu a disponibilizar recursos para atender às demandas do município. “Estou confiante de que traremos boas notícias. A nossa cidade tem sido bem recebida em todas as visitas. Quem ganha com isso é o nosso povo”, destacou Renam.
No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o deputado Ubaldo Fernandes (PSDB), em nome da Assembleia Legislativa, parabenizou os gêmeos autistas Ângelo e Augusto, que coincidentemente fazem aniversário nesta data. Protagonistas da campanha sobre Capacitismo, lançada pela casa legislativa em junho de 2024.
“Muito queridos nas mídias digitais”, ressaltou o deputado, enaltecendo o trabalho da professora Dona Luci, mãe dos gêmeos que estão completando 44 anos. “Ela que defende com muita bravura, o autismo no Rio Grande do Norte, através do seu testemunho diário no Instagram”, disse Ubaldo.
Ainda no horário dos deputados, o deputado Coronel Azevedo (PL) comentou sobre a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Rio Grande do Norte, nos próximos dias 11 e 12. Segundo o parlamentar, a visita começará pela cidade de Acari. “Às 10h30 a comitiva de Bolsonaro vai visitar a ‘Cidade da Moda’, seguindo para a barragem de Oiticica, em Jucurutu. Obra de extrema importância para o nosso estado”, ressaltou Coronel Azevedo.
De acordo com o parlamentar, a agenda de Jair Bolsonaro continua em Pau dos Ferros, onde haverá um ato do PL, e no dia seguinte, com uma visita ao município de Major Sales, onde está em construção o ramal do Apodi, da transposição do Rio São Francisco.
Em pronunciamento na sessão plenária desta quarta-feira (2), na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Nelter Queiroz (PSDB) registrou as ações do senador Styvenson Valentim em relação aos seus esforços para garantir recursos para a saúde pública do Rio Grande do Norte. O parlamentar expressou indignação diante do que considera “uma tentativa de macular a reputação do senador ante a opinião pública”.
Nelter Queiroz destacou o trabalho de Styvenson Valentim desde o início de seu mandato para garantir recursos essenciais à saúde pública do estado. Segundo o deputado, “graças ao esforço do senador, diversas unidades hospitalares importantes receberam recursos que possibilitaram a construção e o funcionamento de hospitais cruciais para o tratamento de doenças graves como o câncer”. Ele mencionou especificamente a viabilização de recursos para a construção do Hospital da Liga em Currais Novos, onde segundo Nelter, foram aplicados mais de R$ 35 milhões.
O parlamentar também citou a alocação de R$ 15 milhões para o Hospital Infantil, em Mossoró e a previsão de R$ 12 milhões para o Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, ainda neste ano, além dos recursos a serem definidos para a construção de uma unidade oncológica e de diagnóstico e tratamento em Parnamirim. Nelter Queiroz lembrou que, em 2019, o senador destinou R$ 165 milhões para a reforma do Hospital Regional do Estado, Tarcísio Maia, em Mossoró, com o objetivo de melhorar sua infraestrutura e condições de atendimento, lamentando que as obras ainda não tenham sido concluídas pelo Governo do Estado. Ele ressaltou que parte desses recursos foi utilizada para ações emergenciais durante a pandemia e outra parte para a compra de peças e equipamentos.
Nelter Queiroz afirmou que é “justamente por cobrar soluções e melhorias da istração estadual que o senador Styvenson tem sido alvo de ataques”. Ele defendeu a postura firme do senador ao apontar falhas e exigir atitudes concretas da governadora Fátima Bezerra (PT), especialmente nas áreas de saúde e infraestrutura. O deputado criticou “aqueles que preferem atacar o senador em vez de focar em soluções para os problemas do estado”.
O parlamentar concluiu seu pronunciamento expressando pesar pelo falecimento do senhor Joaquim Santiago Dantas, ocorrido na noite da última terça-feira (1), em Caicó. “Foi o fundador do renomado grupo ótico ‘A Graciosa’, cuja trajetória de vida é um exemplo de superação e dedicação. O deputado prestou solidariedade aos familiares e amigos.
Abrindo as ações do Abril Azul, mês dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte ganhou uma iluminação especial na cor azul. A iniciativa, solicitada pelo deputado estadual Kleber Rodrigues (PSDB), simboliza o compromisso do Parlamento Potiguar com a inclusão e o respeito às pessoas autistas.
A cor azul, símbolo internacional do autismo, foi escolhida para dar visibilidade à causa e marcar o início da programação prevista pelo mandato do parlamentar em todo o estado. “A iluminação da Assembleia é mais que um gesto simbólico: é um sinal claro de que o nosso mandato está atento, engajado e comprometido com a construção de uma sociedade mais inclusiva”, destaca Kleber Rodrigues.
O deputado agradeceu ao presidente da Casa Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira, por ter acolhido prontamente a solicitação. “Esse gesto reforça que a luta pela inclusão não é individual, mas coletiva. É uma causa que une todos os parlamentares favor do respeito, da empatia e da garantia de direitos”, ressalta ele.
Além da iluminação, o Abril Azul contará com homenagens, atendimentos gratuitos, ações de rua, mobilizações nas redes sociais e eventos esportivos. A agenda segue durante todo o mês, ando por cidades como Natal, Parnamirim, Macaíba e Mossoró, com foco na escuta, no acolhimento e na promoção da dignidade das pessoas com TEA e suas famílias.
Os municípios de Montanhas e Nova Cruz arão por uma parada programada no abastecimento nesta sexta-feira (4), no período das 5h da manhã até o início da noite. A parada temporária será necessária para que equipes da Caern executem o serviço de implantação de novo trecho da Adutora Pedro Velho-Nova Cruz.
Com a conclusão do serviço, o abastecimento será imediatamente retomado, sendo que será preciso aguardar um prazo de até 48 horas para que o fornecimento esteja completamente normalizado em todas as áreas afetadas.
“Uma tragédia contada por quem resistiu às águas do Trairi”
Para toda uma geração, a data de 1º de abril de 1981 ficou marcada para sempre em Santa Cruz. Aquela cidade, com pouco mais de 13 mil habitantes, era notável por sua história, mas ainda preservava um ambiente em que “todos conheciam todos”, bem diferente da cidade atual, repleta de novos rostos a cada dia. Era um tempo pacato, chuvoso entre janeiro e março. A rotina seguia com boas conversas nas calçadas e uma novidade importante: a instalação do Campus de Caiçarinha, da Universidade, naquele mesmo ano de 1981.
Um ônibus saía da cidade até o Campus, todas as tardes e noites dos dias letivos, e atravessava uma estrada que foi ampliada para garantir o melhor o até o Núcleo de Ensino Superior do Trairi. A estrada carroçável atravessava o riacho da Caiçarinha, no setor ao norte da cidade e é conhecido pelo seu alto volume em tempo chuvoso, sendo uma via de ligação para comunidades que estão mais próximas do município de Sítio Novo. Até pouco tempo atrás era possível ver algumas paredes do que foi o Campus de Caiçarinha, hoje resta apenas um pouco das suas fundações.
No dia 1º de abril teve uma manhã quente e ensolarada, mas, por volta das 15h, o “tempo começou a fechar”. Algumas pessoas comentavam como tudo mudou de repente, pediram então aos professores para saírem mais cedo com receio de pegar a estrada com muita chuva ou o riacho mais cheio. Por volta das 16h, já sob chuva fina e com aparência de fim de tarde, os alunos voltaram para casa. Parecia que a noite já tinha chegado, como se já tivesse ado das 18h.
A 26 km dali, em Campo Redondo, por volta das 15h30, o Açude Mãe D’Água recebia um volume de água muito acima da sua capacidade. Pequenos açudes transbordaram ou romperam, direcionando a força das águas para açude daquela cidade, que não ou e rompeu no final da tarde, com uma lâmina acima de um metro e meio. Foram cinco milhões de metros cúbicos jogados no Rio Trairi.
No meio de tudo isso, a aluna do curso de Licenciatura em Letras, Língua Portuguesa, Lúcia de Fátima, era uma entre muitos na iminência do desastre. As últimas semanas chuvosas não eram alerta para ela, mas o açude sempre foi um fantasma para a população em geral. “Sempre se falou que o açude poderia estourar, mas ninguém imaginava isso acontecendo”.
Quando mais jovem, por volta de 1976, brincava assustando os seus primos sobre uma possível enchente. “Cuidado, porque de noite vocês podem acordar com a rede embaixo d’água”. Os primos ficavam preocupados, e muitas vezes à noite acordavam assustados em noites de chuva e tocavam o chão com medo da água. Pouco mais de quatro anos depois, as águas do Trairi realmente invadiriam o quarto que dormiam.
Ao retornar da faculdade, Lúcia ajudou sua tia a retirar a água acumulada na casa. Na Avenida Rio Branco, ainda não existiam as atuais galerias. Havia muitas craibeiras, e o riacho tinha o escoamento precário. A chuva o fazia subir rapidamente. Naquele dia, o riacho aumentou o seu volume pela chuva que caía. A água voltava pelos ralos.
Joana Darc, a tia de Lúcia, tentava retirar a água, sugeriu parar e jantar cedo. “Eu fiz sopa”, disse sua tia, que recomendou retornar ao trabalho depois. Após a sopa, por volta das 18h10, a tranquilidade chegava ao fim.
Enquanto organizavam a casa para o início da noite que se aproximava, outra escuridão também estava bem ali, que ecoava na voz do Padre Raimundo, pároco da cidade. Lúcia foi até a calçada para ouvir melhor, pois o barulho da chuva atrapalhava. Quando chegou lá fora, ouviu o lamento da sua vizinha, Margarida, que logo transmitiu o recado do sacerdote: “O Açude de Campo Redondo estourou, corram para lugares altos. O nosso açude não vai aguentar”.
A casa onde moravam, com paredes espessas e estrutura antiga, parecia segura, tinha estilo bem antigo, com 10 metros de altura até a cumieira. Ali dentro, Lúcia avisou a todos. O tio Joaquim não sabia o que dizer, sua prima Rejane entrou em choque, sua avó Maria já apresentava sinais da velhice, em negação mandou não acreditarem naquilo. Joana não deixou essa negação prevalecer, e insistiu para que todos saíssem dali.
A família conta que a casa foi uma das primeiras da rua, nos primeiros anos de 1900, e um parente comentou que caso o açude rompesse aquela casa seria atingida. O fantasma do açude existia, quase ninguém acreditava que de fato fosse acontecer. Na casa de Lúcia todos pensavam assim, até aquele momento. O relógio marcava 18h30.
A rua Eloy de Souza encheu-se de pessoas e veículos tentando escapar. Eram roupas e objetos pessoais em fugas até um lugar seguro. Iniciava uma corrida para se salvar, quais os lugares mais altos? A Igreja Matriz, no alto de uma colina da margem esquerda do Rio Trairi, era refúgio certo, mas o restante do centro, em áreas baixas, seria logo inundado. O relógio corria junto com as águas.
No início daquela noite, mais do que o dobro da capacidade do açude estava sendo represada por uma parede cheia de algarobas e formigueiros. Deteriorado, o maciço rompeu em duas partes e jogou 12 milhões de metros cúbicos de água por dezenas de ruas de uma vez. A escuridão da noite era banhada com as águas, que seguiram seus caminhos, no bom e velho ditado popular: “água não tem cabelo”.
As ruas começaram a inundar, Lúcia correu cerca de 180 metros até a Câmara Municipal, que funcionava na Praça Coronel Ezequiel Mergelino, onde durante muito tempo foi a biblioteca pública. Lá, encontrou o presidente da casa, Geraldo de Tico, e pediu abrigo. Além de funcionária da Câmara Municipal, Lúcia seria sua moradora por mais cinco meses, junto com seus familiares. Naquele dia era a sessão plenária, mas foi cancelada em virtude da emergência que a cidade ava.
Quando descia aquela rua, um carro tocava:
“Hoje eu tive um sonho que foi o mais bonito Que eu sonhei em toda a minha vida Sonhei que todo mundo vivia preocupado Tentando encontrar uma saída Quando em minha porta alguém tocou Sem que ela se abrisse ele entrou E era algo tão divino, luz em forma de menino Que uma canção me ensinou”
A música em questão era “Guerra dos Meninos”, de Roberto Carlos, do álbum de 1980. Ao ouvi-la, Lúcia sentiu algo ruim, e verbalizou para o condutor do veículo, que nada entendeu a reclamação dela. O sonho que ela vivia naquele momento era um pesadelo.
Desceu a rua, voltou para casa, encontrou o riacho da Rio Branco com um volume ainda maior, e a calçada de sua casa já tinha água. Combinou com a sua vizinha Margarida que iriam para o abrigo, a Câmara. Com alguns pertences e roupas, a vizinha seguiu com três crianças, pois o seu marido estava trabalhando e não estava na cidade.
Os familiares de Lúcia já estavam com todos os objetos reunidos, prontos para sair. Ela retornou para a praça de táxi, distante cerca 160 metros, no mesmo lugar atual. Não encontrou nenhum e voltou, já encontrando uma rua quase vazia, pois em questão de minutos todos fugiram para locais seguros.
Quando chegou na porta de casa percebeu que o nível da água continuava subindo, e encontrou um fusca amarelo, com o seu cunhado, Toinho, que levou todos para a Câmara Municipal. Já abrigados, perceberam que haviam esquecido o remédio de Dona Maria, ou como chamavam a matriarca da família, Dona Mariinha. Voltaram à casa, Lúcia e seu cunhado, uma chuvinha fina ainda caía, quando estava prestes a abrir a porta, as luzes da cidade se apagaram. O Rio Trairi tinha levado as torres de energia elétrica.
Recorte do jornal da época
Santa Cruz deixou todo o Rio Grande do Norte às escuras, isso porque a cidade era a “chave geral” da energia do estado, quando era a ligação até Paulo Afonso/BA das redes de energia. Era a escuridão total, não apenas a luz elétrica, mas o sufoco para sobreviver naquela catástrofe. Toinho posicionou o carro e os faróis daquele fusca iluminavam parte do interior da casa, os ponteiros do relógio marcavam 19 horas.
Lúcia sabia de olhos fechados onde estava o remédio. Seus olhos estavam bem abertos, porém tudo estava escuro naquela noite de lua minguante. Um remédio da caixa rosa, Iskemil, que estava sobre um armário azul na cozinha. Toinho logo viu uma radiola e dezenas de discos de vinil, que ela nem fez questão de levar, mas ele colocou tudo no carro e seguiu viagem, na contramão, pois naquela hora a regra era fugir das águas.
Do outro lado do rio, o bairro do Paraíso era varrido pelas águas, como outras ruas no entorno do Riacho do Pecado, e partes mais baixas da cidade. A colina da Igreja Matriz era uma ilha, o Padre Raimundo acolhia os desabrigados, muitos em preces naquela vigília de uma longa noite sem fim. A cidade estava escura e o único som ali era o da água; cidade e rio eram um só. O Trairi tomou para si quase metade do centro da cidade, junto com tantos sonhos e suor de trabalho. Uma tragédia anunciada, mas nunca levada a sério.
Outras três famílias chegaram na Câmara Municipal, casais, crianças, cachorros, gatos e até papagaio ficaram naquela noite ali. A delegacia também se instalou no prédio, ficando no primeiro cômodo. Lúcia acomodou sua família, se encontraram com Geisa, que morava ao lado da Câmara, e procuraram tomar um chá de erva doce para acalmarem os ânimos. Geisa disse: “vão-se os anéis e ficam os dedos. Estamos todos vivos, isso é o que importa”. Ela chegou a dizer tempos depois a Joana, que foi um bom período aqueles cinco meses de convivência dela e sua família.
O esposo de Margarida chegou na Câmara, cidade pequena, todos informaram a localização dela. Depois foi olhar as águas, voltou e disse a Lúcia: “As águas cobriram o janelão da sua casa”. ava das 20h, a marca do nível da água era de 2,30 metros na casa dela. O que poderia ter sobrado? Ela lembrou dos seus dois gatos que ficaram em casa, um era amarelo e outro preto e branco. O nome do gato amarelo era peculiar, seu nome era Pororoca. Parecia este relato um combo de ironias, mas o nome do felino é derivado do Tupi, que designa “estrondo”, e é conhecido como fenômeno natural onde acontece o encontro das águas de um rio com o oceano, especialmente nas mudanças de fase da lua, e aquele período era transição da minguante para nova.
Quando as badaladas do relógio anunciavam que eram 22h, Lúcia, Joaquim e Rejane desceram a Eloy de Souza, os faróis dos carros jogavam luz nas casas e naquele “grande rio” formado ali. O nível da água era de 1,5 metro, as águas retrocediam, o Rio Trairi voltava para o seu lugar. Próximo da casa de Iaponira, não era possível avançar mais, pois os pés ficavam presos naquela nova rua destruída pelas águas e tomada pela lama.
A enchente foi como uma “pororoca urbana”. As águas do rio encontram um oceano de casas e pessoas, levando tudo em seu caminho e deixando um rastro de choro. Lúcia foi dormir por volta das 23h, teve dificuldade para dormir, por várias vezes ouviu pessoas ando pela rua com os seus lamentos e prantos.
No dia seguinte, Margarida e sua família mudou-se para o Conjunto Aluízio Bezerra, que tinha sido construído perto do açude, porém do lado alto, no final da Rua Caminha Fiúza. O conjunto não foi atingido pela enchente, pois fica do outro lado do açude, no caminho contrário ao curso do rio. As outras famílias que estavam na Câmara procuraram se abrigar ou ocupar lugares que lhe garantissem o aos direitos deles. Muitos foram se inscrever para ganhar novas moradias.
Às 4h, Joaquim voltou à casa, agora coberta de lama e reboco nas pareces. Lúcia chegou às 5h. A construção antiga resistiu: paredes espessas, erguidas com zelo por Joaquim Loureço de Carvalho, patriarca de uma grande família de Sítio Novo. Essa casa resiste há mais de um século, com as mesmas paredes sobreviventes de uma enchente.
Rua Eloy de Souza, dia seguinte após a enchente
Alguns quadros foram embora, outros móveis foram recuperados, objetos foram limpos, e o que mais chamou atenção: A imagem do Sagrado Coração de Jesus permaneceu na parede, não foi levado pelas águas. Símbolo da fé da família, tornou-se troféu de resistência. As pessoas diziam para ela sair da casa, pois muitas já haviam desabado naquela manhã. Ela negou! “Eu não vou sair daqui até tirar tudo. E aquela imagem [Sagrado Coração] será a última a sair da casa”.
Após cinco meses, a casa foi restaurada e voltou a abrigar Mariinha, Joana, Rejane, Joaquim e Lúcia. Mas as marcas da enchente jamais se apagaram. Todo dia 1º de abril, Lúcia conta com detalhes como foi aquele dia. As chuvas de 2024 fizeram Lúcia lembrar do fantasma da enchente, com medo que os açudes rompam novamente.
Lúcia carrega na memória a visão de uma rua cinzenta e cheia de lama. O som da casa próxima da sua desabando, ou ainda a Camilo José da Rocha, em que as casas não tinham mais paredes, só era possível diferenciar cada uma pelo piso, pois as águas levaram tudo. Em certo momento, o rio Trairi virou um depósito de botijões de gás, sofás e vários móveis. Tudo desaguou longe.
Dias depois seria a Semana Santa, momento que a cidade ava pela sua “via crucis”. Em maio, a Festa de Santa Rita foi bem simples, sem muitas comemorações, e a procissão foi de muita emoção, pelo período calamitoso. Por onde a imagem de Santa Rita ava, ouviam-se preces de dias melhores e muitas lágrimas. A enchente e a pandemia de covid foram momentos em que a procissão de Santa Rita foi uma grande corrente de oração e esperança, com o pedido da intercessão da padroeira.
A enchente de 1981 precisa ser contada todos os anos, e seria fácil contá-la a partir do ângulo político ou da Igreja. A reconstrução da cidade ou pelas mãos de várias Lúcias, Marias, Joanas, Joaquins e tantos que trabalharam incansavelmente para recuperar sua vida e sua cidade. Muitos outros anônimos fizeram parte, não são as comendas que contam as histórias, cada experiência particular conta um pedaço do que foi 1981.
Edição do Diário de Natal, em 1981
É preciso manter os açudes em condições dignas, não ocupar áreas inundáveis, manter o alerta em período chuvoso. Em 1981, uma telefonista Fátima, lá de Campo Redondo, salvou esta cidade de Santa Cruz. Hoje, será que as redes sociais nos salvariam ou nos levariam ao caos?
1981 nunca acabou. Vive na memória de quem enfrentou aquele dia, é uma lição contada para a minha geração. Uma cidade que foi destruída pelas águas e reconstruída pelo trabalho e pela fé de um povo.
A tarde desta segunda-feira (31) foi de bate-papo, reconhecimento e enaltecimento à figura das mulher na política potiguar. Iniciando o projeto “Memória Potiguar”, o Memorial do Legislativo Potiguar promoveu debate sobre a trajetória e história da curraisnovense Maria do Céu Fernandes, a primeira deputada estadual do Brasil. Familiares, parlamentares e autoridades acompanharam a discussão, que encerrou o mês das mulheres em grande estilo.
A mesa-redonda “Maria do Céu Fernandes: além da primeira deputada” foi mediada pela jornalista Hilneth Correia, contando com as participações da deputada estadual Cristiane Dantas (Solidariedade), da advogada Adriana Magalhães e de Olindina Fernandes, filha de Maria do Céu Fernandes e que trouxe relatos sobre a intimidade da ex-deputada.
Nascida em 6 de novembro de 1910, ela era uma educadora que, aos 24 anos, conseguiu se tornar deputada estadual. Seu mandato se destacou pela luta pela educação e pelos direitos das mulheres, em um contexto no qual a participação feminina na política ainda era uma novidade e por diversas vezes atacada pelos homens.
“É uma potiguar que muito nos orgulha, uma mulher à frente de seu tempo. Ela, sempre de cabeça erguida, corajosa e destemida e fazendo toda a diferença, foi uma cabeça pensante e genial. Merece todo louvor porque veio para fazer história e abriu caminho para que nós estejamos aqui, com a maior bancada feminina da história da Assembleia”, disse a deputada Cristiane Dantas, que presidente a Procuradoria da Mulher da Casa. “Foi uma mulher que sempre valorizou a educação, muito estudiosa, que falava três línguas, e era um grande feito para as mulheres àquela época”, disse.
Também participando da discussão, a advogada Adriana Magalhães falou um pouco sobre as pesquisas que fez sobre a ex-deputada Maria do Céu Fernandes, quando estava produzindo seu livro “As mulheres e os espaços de poder no Rio Grande do Norte”. Quando esteve como juíza do Tribunal Regional Eleitoral, jurista disse que começou a pesquisar sobre os espaços das mulheres e foi surpreendida com a constatação de que pouquíssimas mulheres aram a ocupar espaços decisórios ao longo da história.
“Comecei (a pesquisa) pelo Judiciário, depois fui para o Legislativo e fui pesquisar sobre os municípios na pandemia. Visitei 120 para pesquisar sobre vereadoras, prefeitas e vice-prefeitas. A história de Maria do Céu Fernandes é inspiradora e é importante que se reconheça o Memorial da Assembleia como uma excelente fonte, onde pudemos observar fotos icônicas de Maria do Céu Fernandes”, disse a advogada, referindo-se às imagens que hoje estão à disposição do público no Memorial do Legislativo Potiguar.
Além do resgate dos feitos da deputada, o perfil da mãe Maria do Céu Fernandes também foi relatado. Olindina Fernandes, filha da ex-deputada, relatou a dificuldade da relação que teve com a mãe durante boa parte da juvetude, especialmente na adolescência. “Vivi em uma casa cheia de gente, por serem pessoas políticas. Os quartos eram cheios, a casa inteira”, relembrou, relatando ainda o período em que foi interna do colégio Imaculada Conceição. Porém, um problema familiar aproximou mãe e filha.
“Quando eu estive casada, ainda muito jovem, me divorciei e retornei para a casa dela. Começamos a nos dar bem e ficamos muito amigas. A relação mudou bastante”, falou, sem deixar de enaltecer e reconhecer o legado deixado por Maria do Céu Fernandes.
Durante o bate-papo, os presentes na plateia também puderam dar suas contribuições, como o diretor-geral do Legislativo, Augusto Carlos Viveiros, e a diretora-geral da Presidência, Dulcinéa Brandão. Todos resgataram agens históricas de Maria do Céu Fernandes pela Política potiguar.
A jornalista Hilneth Correia também enalteceu a “força e coragem de ser uma mulher no meio de tanta violência política”, ressaltando que a situação hoje, apesar de longe da ideal, era muito pior durante a juventude de Maria do Céu Fernandes. Para a mediadora do debate, é preciso que as mulheres que marcaram a história do Rio Grande do Norte sejam enaltecidas.
“É preciso termos união para mostrar cada vez mais ao RN a história das mulheres potiguares, das mulheres que aram pelo Legislativo, deixaram e estão deixando suas marcas”, convocou.
A primeira edição do projeto Memória Potiguar teve transmissão ao vivo promovida pela Diretoria de Comunicação Social da Assembleia e está disponível no canal www.youtube.com/AssembleiaLegislativadoRN.
Na próxima sexta-feira (4), às 9h, a Câmara Municipal de Caicó será palco de uma audiência pública para debater a situação do Estádio Marizão e do Ginásio Nonozão, espaços esportivos localizados no Complexo Turístico Ilha de Sant’Ana e considerados fundamentais para a cidade que atualmente enfrentam condições precárias e interdição. A iniciativa é do deputado estadual Adjuto Dias (MDB), que busca soluções para viabilizar a recuperação desses equipamentos.
O Estádio Marizão, um dos principais palcos do futebol no Seridó, já recebeu grandes partidas e movimentou o esporte local. Já o Ginásio Nonozão é uma referência para diversas modalidades esportivas de quadra e eventos culturais. No entanto, a deterioração da estrutura desses espaços tem comprometido o o da população ao esporte e ao lazer.
A audiência reunirá autoridades, desportistas e a comunidade para discutir os desafios e possíveis investimentos para revitalizar os equipamentos. O objetivo é garantir que os espaços voltem a ser utilizados com segurança e qualidade, proporcionando mais oportunidades para o desenvolvimento esportivo na região. O evento será aberto ao público.
A deputada Cristiane Dantas (SDD) voltou a fazer um alerta sobre a situação crítica das estradas do Rio Grande do Norte, que continuam a apresentar condições precárias e comprometem a segurança dos motoristas e da população. Em seu discurso, a parlamentar destacou que as condições das vias têm levado a interdições, por parte da população, em várias rodovias do estado, como forma de protesto contra o abandono das estradas e o descaso com a infraestrutura.
A deputada mencionou a operação tapa-buraco, que foi realizada, mas que já apresenta diversos trechos comprometidos. Entre os pontos mais críticos estão a RN-002, que liga os municípios de Monte Alegre, São José de Mipibu e Georgino Avelino, e as RN-269, que liga Pedro Velho a Piquiri, e RN-160, em Macaíba. Segundo Cristiane, a população não aguenta mais o “faz de conta” das autoridades e exigem soluções rápidas.
“A segurança de todos está sendo afetada pelos buracos e a falta de manutenção. A situação chegou ao limite e o povo não pode mais esperar”, afirmou a deputada.
Além disso, a parlamentar destacou os problemas enfrentados na RN-317, uma obra que demorou quatro anos para ser concluída, mas que apresenta falhas graves, especialmente na região do Ribeiro. O material utilizado no calçamento está prejudicando a qualidade da via, entupindo os bueiros e causando ainda mais transtornos à população.
Cristiane Dantas também mencionou que, durante seu mandato, enviou emendas parlamentares para melhorias na estrada, mas os problemas persistem, agravados pela atuação da empresa CLC, responsável pela obra. Ela pediu ao governo do estado que tome as devidas providências e cobre da empresa a correção das falhas, já que o serviço foi pago com recursos públicos.
“É preciso que o governo se empenhe para resolver esse problema de uma vez por todas. A população do Rio Grande do Norte não merece continuar sofrendo com essa situação”, concluiu a deputada.
No horário destinado às lideranças partidárias, na sessão desta quinta-feira (27), o deputado estadual Neilton Diógenes (PP), chamou atenção para o dia 21 de abril próximo, quando o Governo do Estado vai oficializar promoções de profissionais da Saúde nos quadros da Polícia Militar. “Será a oportunidade para 40 novos profissionais para o quadro médico da PM no Rio Grande do Norte”, acenou o parlamentar.
O deputado Luiz Eduardo (SDD) enalteceu os três primeiros meses da gestão do novo prefeito de Natal, Paulinho Freire (União). “Está cumprindo o que prometeu na campanha”, disse o deputado, afirmando que o Município zerou a fila de creches e reajustou o piso dos professores. Fazendo contraponto, fez críticas ao Governo do Estado, citando os setores da Educação, Tributação, Saúde e as estradas, inclusive as que já foram recuperadas. “São de péssima qualidade os serviços nas estradas do Rio Grande do Norte”, concluiu Luiz Eduardo.
Já as críticas do deputado Ubaldo Fernandes (PSDB) foram à Saúde da Prefeitura de Natal, citando os problemas registrados na unidade de Saúde do bairro das Rocas. Ele adiantou que terá uma audiência com o titular da Secretaria Municipal de Saúde, em companhia do vereador da capital, Herberth Senna (PV). “A unidade precisa de reforma, com as chuvas o prédio ficou comprometido. Não adianta fazer pequenas melhorias”, alertou Ubaldo Fernandes, que também vai solicitar que a Prefeitura retome as obras de edifício na Ribeira que poderá ser ocupado pela Secretaria de Saúde.
Último orador do horário, o deputado Coronel Azevedo (PL) relatou números de pesquisas nacionais divulgados na quarta-feira (26) e fez críticas aos governos federal e estadual. Ele citou programas federais como o que autoriza empréstimos consignados para o setor privado, que liberou um número bem inferior ao dos interessados. O parlamentar também criticou o cenário econômico do país, considerando como “ruim e péssimo”.
Em pronunciamento na sessão plenária desta quarta-feira (26), na Assembleia Legislativa, o deputado Francisco do PT destacou a parceria entre o governo estadual e federal na recuperação de rodovias e solicitou estudos para a implantação da terceira faixa na BR-226.
O parlamentar ressaltou que a ação é resultado da colaboração entre os governos devido ao incidente com a ponte da BR-304, que levou ao uso de diversas rodovias estaduais. “Graças a essa cooperação, serão recuperados 140 quilômetros de estradas, beneficiando aproximadamente 12 municípios do Rio Grande do Norte”, disse.
Na oportunidade, Francisco informou que solicitou ao diretor do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) estudos para a implantação do alargamento, conhecida como terceira faixa, no trecho da rodovia federal BR-226, que liga Campo Redondo ao município de Currais Novos, “especificamente na Serra do Doutor”. Segundo ele, a governadora Fátima “abraçou essa causa e o diretor do órgão federal se comprometeu a realizar os estudos necessários”, assegurou.
Com o objetivo de compartilhar com as câmaras municipais do estado o conhecimento e a experiência da Diretoria Legislativa (DL) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) sobre a técnica e a gestão do processo legislativo, a Diretoria Legislativa está recebendo, por meio do programa “Conheça o Processo Legislativo da ALRN – Visite a Diretoria Legislativa”, servidores das câmaras municipais de diversas cidades do RN.
“A expectativa é que, a partir do sucesso que vem tendo a iniciativa, possamos fortalecer cada vez mais o processo legislativo no Rio Grande do Norte, tornando-o mais eficiente e transparente para a sociedade como um todo”, explicou a diretora legislativa da ALRN, Tatiana Mendes Cunha.
O programa da ALRN consiste em apresentar às equipes técnicas das Câmaras Municipais do Estado, de maneira sistematizada, a dinâmica do legislativo estadual, abarcando os setores de plenário, de apoio legislativo e istrativo da DL e de atas. Hoje (26) foi a vez da comitiva da Câmara Municipal de Currais Novos, formada pelo presidente João Gustavo e os servidores Suerda Cortez, Carol Amorim, Fernando Café e Allan Breno.
“Essa é uma oportunidade grandiosa para as câmaras municipais. A Assembleia Legislativa já tem o know how e poder dividir com os parlamentos municipais é essencial para o crescimento de quem busca se manter atualizado”, ressaltou o presidente da Câmara Municipal de Currais Novos, João Gustavo.
Durante a visitação, são apresentados os sistemas informatizados utilizados no processamento das proposições, bem como as rotinas adotadas no Parlamento estadual, de modo a servir de subsídio para a melhoria dos serviços prestados em âmbito municipal e a proporcionar um intercâmbio de conhecimentos e experiências profissionais.
Até o momento, a Diretoria Legislativa já recebeu visitas de parlamentares e servidores das Câmaras Municipais de Coronel Ezequiel, Pau dos Ferros, Vila Flor e Currais Novos, marcando o início do projeto que se estenderá ao longo do ano de 2025, em reuniões e exposições exitosas e que trouxeram bons frutos no diálogo institucional. Já estão agendados para as próximas semanas as câmaras dos municípios de Nísia Floresta, Monte das Gameleiras e Elói de Souza.
O deputado Vivaldo Costa (PV) se manifestou na sessão plenária desta quinta-feira (20), na Assembleia Legislativa, para expressar agradecimento ao presidente Lula (PT) e à governadora Fátima Bezerra (PT) pela entrega da Barragem de Oiticica. O pronunciamento ocorreu um dia após a inauguração do complexo hídrico, em Jucurutu.
Emocionado, o parlamentar relembrou a longa história da luta pela construção da barragem, mencionando que acompanhava esse anseio da população do Seridó desde sua adolescência, na década de 1950, durante os anos de seca. O deputado destacou que a construção da barragem foi iniciada há 13 anos pela então presidente Dilma Rousseff, e que recebeu incentivo constante do presidente Lula, a quem se referiu como um nordestino que nunca esqueceu o drama da seca. “Lula veio do veio do sertão. Lula saiu do Nordeste. Lula nunca esqueceu o drama da seca, da falta d’água, de falta de recurso. E com esse sentimento incentivou Dilma a construir a barragem”, enfatizou Vivaldo Costa.
Ressaltando a representatividade da data da inauguração da obra, o dia de São José, padroeiro das chuvas e do povo do sertão, como um “presente significativo para os norte-rio-grandenses”, Vivaldo lamentou não ter podido comparecer à inauguração, expressando seu agradecimento ao governo, ao presidente Lula, e a todos que trabalharam na construção da barragem.
“Agradeço de coração ao presidente Lula pela coragem e determinação para concluir e entregar esta barragem, importante obra hídrica para o povo do Rio Grande do Norte, tão carente d’água, tão carente de mais recursos hídricos”, concluiu Vivaldo Costa, reiterando a importância da Barragem de Oiticica como a segunda maior do estado, com capacidade para mais de 700 milhões de metros cúbicos d’água.
Em pronunciamento na sessão plenária desta quinta-feira (20) da Assembleia Legislativa, o deputado Ubaldo Fernandes (PSDB) destacou com entusiasmo sua participação na entrega da Barragem de Oiticica, em Jucurutu, um evento que considerou um “sonho” concretizado para a população do Rio Grande do Norte, especialmente para os moradores do Seridó.
“Ontem estive na cidade de Jucurutu para participar da entrega de um sonho do povo do potiguar, do povo seridoense, que é a barragem de Oiticica, onde a população foi de forma maciça para participar do evento”. O parlamentar enfatizou a importância da obra para “superar uma crise hídrica que perdurava há séculos na região”.
O deputado ressaltou a satisfação da população ao participar da cerimônia de entrega, que contou com a presença do presidente Lula e teve a governadora do estado, Fátima Bezerra (PT), como anfitriã. Ele reconheceu o “incansável” trabalho da gestora para a concretização e inauguração da barragem em um momento crucial de crise hídrica no estado. “Quando a barragem estiver operando em sua totalidade e interligada às demais bacias hidrográficas do Seridó, a crise hídrica em diversas cidades da região será resolvida de uma vez por todas”, pontuou.
O parlamentar também apontou a importância da obra para o desenvolvimento econômico do estado. Ele vislumbra um futuro promissor para a agricultura familiar no entorno da barragem, com o potencial de impulsionar o cultivo de milho, feijão, mandioca e outros produtos, gerando “um forte desenvolvimento para a região”. Segundo ele, “em dez anos o Seridó terá uma nova realidade, muito mais consistente, graças à água que beneficiará cerca de 40 municípios”, falou.
Ubaldo Fernandes fez questão de reconhecer “a luta de muitos que se empenharam para que a obra se tornasse realidade, indo a Brasília diversas vezes”. Ele concluiu seu pronunciamento conclamando a todos a aplaudir e enaltecer aqueles que trabalharam para que Oiticica se tornasse uma das obras mais importantes para o Rio Grande do Norte, representando um investimento de bilhões em recursos para solucionar a crise hídrica na região.
No horário destinado às lideranças partidárias, na sessão desta quinta-feira (20), o deputado Francisco do PT comemorou a inauguração, com presença do presidente Lula (PT) e da governadora Fátima Bezerra (PT), do Complexo Hidrossocial de Oiticica, ocorrida nesta quarta-feira (19) no município de Jucurutu. “Um reservatório que quando atingir a capacidade máxima chegará a mais de 740 milhões de metros cúbicos de água”, disse o parlamentar. “É um volume de água extraordinário”, completou Francisco, que comentou o que identificou como ‘factóides’ criados pela oposição para minimizar a importância da presença de Lula no RN.
Em aparte, o deputado Nelter Queiroz (PSDB) criticou os movimentos em torno da paternidade da obra, afirmando que o benefício é para o povo. O deputado Francisco do PT retomou o discurso justificando que a história não pode ser esquecida. “Não fomos nós do PT que reivindicamos a paternidade”, disse o parlamentar, ressaltando que a oposição plantou a narrativa de que a própria oposição teria tido maior protagonismo no projeto que foi iniciado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e concluído e inaugurado pelo presidente Lula (PT).
Em sua fala, o deputado Luiz Eduardo (SDD) reconheceu a importância da obra de Oiticica para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte. “Realmente um momento de comemorar e festejar”, disse o parlamentar, contrapondo o assunto com a alíquota de 20% do ICMS que entra em vigor nesta quinta-feira. Em aparte, o deputado Adjuto Dias (MDB) considerou a obra importante e relatou que nunca houve paralisação. “Mesmo com todo radicalismo, ninguém interrompeu a obra”, afirmou Adjuto, concluindo que o momento é ‘histórico’ para o Estado.
O deputado Hermano Morais (PV) também comentou sobre a inauguração da barragem em Jucurutu, onde esteve presente e constatou ‘a alegria de todos que estavam lá’. Para Hermano, “é preciso destacar o papel de muitas pessoas”, citando o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, que conseguiu, junto à então presidente Dilma Rousseff, incluir a barragem de Oiticica nas obras do PAC. Hermano lembrou que o reservatório vai beneficiar 43 municípios e mais de 300 mil pessoas. Ele também comentou que o presidente Lula e a governadora Fátima am ordem de serviço para construção da adutora do Agreste, que vai abastecer 14 municípios.
O deputado Coronel Azevedo (PL) encerrou o horário de lideranças comentando sobre projeto de lei de sua autoria apresentado nesta quinta-feira, estimando em 30% o índice de mulheres a serem homenageadas com a denominação de vias e bens públicos. Ele voltou a comentar sobre o projeto, no momento fora da pauta, em que substitui o nome do artista plástico Newton Navarro pelo da ex-governadora Wilma de Faria, responsável pela obra da ponte.
“É ínfimo o percentual de obras públicas que levam nomes de mulheres”, e citou Wilma como o ‘maior ícone da política do Rio Grande do Norte’. Diante de críticas ao seu projeto, o deputado está sugerindo que a homenagem a Newton Navarro permaneça, mas num bem público que lembre a identidade dele. Para Coronel Azevedo, a homenagem ao artista plástico pode ser feita a partir da denominação da Pinacoteca do Estado com o nome de Newton Navarro. “Quero exaltar todas as mulheres em nome de Wilma de Faria neste mês de março”, encerrou Coronel Azevedo.
A retirada de um eletrocardiograma do Hospital Aluizio Alves, em Lajes, foi a pauta do pronunciamento da deputada Eudiane Macedo (PV). A parlamentar fez discurso na sessão plenária desta quinta-feira (20), na ALRN.
“Tomei conhecimento que o contrato com a empresa prestadora tinha vencido e por isso foi retirado da APAMI esse aparelho tão importante. Protocolamos requerimento solicitando que a Secretaria de Saúde (Sesap) refizesse o contrato para que o aparelho possa retornar à unidade”, disse ela.
A deputada alertou que a mudança não prejudica somente a população do município, mas de toda a região Central. “Os moradores fazem apelo para que o aparelho retorne para a APAMI, que é uma unidade de urgência e emergência, não é uma UBS, é uma unidade que a população necessita”, afirmou Eudiane.
Os deputados estaduais Isolda Dantas (PT), Divaneide Basílio (PT), Francisco do PT, Ubaldo Fernandes (PSDB), Hermano Morais (PV) e Nelter Queiroz (PSDB) participaram da inauguração da Barragem de Oiticica, realizada nesta quarta-feira (19), no município de Jucurutu. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. A obra, iniciada em 2013, é um sonho antigo dos moradores da região do Seridó.
“Hoje é um dia de celebração, pois a inauguração dessa obra muda a história do Seridó. A barragem de Oiticica é a certeza do enterro das latas d’água na cabeça, dos carros-pipa e de tantas outras situações tristes que as famílias do sertão eram obrigadas a ar. O Governo do PT, através da ex-presidenta Dilma e do presidente Lula trazem segurança hídrica e dignidade para o povo do meu Estado com essa obra”, disse Isolda Dantas.
Em seu discurso, o presidente Lula fez questão de lembrar as angústias vivenciadas pelos nordestinos com a seca e demonstrou emoção ao se considerar um sobrevivente. “Somente quem viu e viveu os problemas da seca sabe a importância da inauguração de uma obra como essa. Oiticica é para nós a libertação da nossa gente. É sinônimo de desenvolvimento, de segurança hídrica para o povo do Rio Grande do Norte que tanto sofreu com os efeitos da seca”, discursou.
O projeto de construção da barragem de Oiticica acumula mais de 70 anos, desde quando o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) elaborou o projeto em 1952. Os trabalhos foram iniciados oficialmente em 26 de junho de 2013. Ao longo do tempo, o projeto ou por ajustes atendendo aos pleitos de moradores.
“Esse é um divisor de águas. O tempo contará a história do Rio Grande do Norte antes e depois da inauguração da Barragem de Oiticica”, disse o deputado Francisco do PT.
Finalizada sob a gestão de Lula, a barragem foi inaugurada no dia de São José, padroeiro das chuvas abundantes e boas colheitas, marcando 100% da execução dos trabalhos.
“Eu fui vítima da seca. Precisei sair da minha cidade natal para fugir dos problemas da seca e hoje como parlamentar tenho a honra de participar da inauguração dessa obra tão transformadora para nossa gente”, comentou Divaneide Basílio.
A barragem, que faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), recebeu R$ 46 milhões do Governo Federal no ano ado para que o Governo do Rio Grande do Norte desse continuidade às obras, então 95% concluídas. No total, o empreendimento recebeu R$ 161 milhões do Novo PAC.
“A inauguração da Barragem de Oiticica representa um marco, com seu grande potencial de acumulação de água, chegando a quase 800 milhões de metros cúbicos em sua capacidade máxima. A sua estrutura garantirá segurança hídrica para toda a região, que historicamente sofre com a intermitência no abastecimento. É fundamental que continuemos a investir em infraestrutura hídrica”, destacou o deputado Hermano Morais.
A barragem conta com uma ampliação em sua capacidade de reservatório, que saltará de 75,56 milhões de metros cúbicos para 742 milhões. Essa expansão não apenas aumenta a segurança hídrica na região, como também beneficiará diretamente 43 municípios e cerca de 330 mil pessoas.
“A barragem de Oiticica é um marco na história do Seridó. Uma obra aguardada com ansiedade pelo nosso povo, que agora se torna realidade, trazendo esperança e segurança hídrica para o homem do campo e para toda a região. Água é vida, e hoje celebramos esse grande avanço para o nosso Rio Grande do Norte!”, comemorou Ubaldo Fernandes.
O deputado Nelter Queiroz demonstrou sua alegria mas aproveitou para cobrar do Governo Federal a construção do Hospital Universitário de Caicó. “Hoje é dia de agradecer por essa grandiosa obra, mas é dia de pedir ao presidente Lula que o Governo Federal possa disponibilizar recursos para a construção do hospital universitário de Caicó, um pleito da bancada de deputados dessa região, por entendermos a necessidade e grandiosidade desse projeto para a região”, cobrou Nelter.
Durante o evento foi assinado a ordem de serviço para construção do Sistema adutor do Agreste Potiguar. Uma obra que custará algo em torno de R$ 448 milhões, beneficiando 38 municípios do agreste.
“Ver essa barragem sendo entregue nos emociona. a um filme na minha cabeça, nós que vimos a seca de perto, ver toda essa riqueza que trará progresso e desenvolvimento para o povo do meu Estado, chega a nos deixar sem palavras. Como sobrevivente da seca não poderia ser diferente. Valeu o sonho, valeu a luta. Hoje Oiticica é entregue!”, celebrou a governadora Fátima Bezerra.
A construção do reservatório contempla o reassentamento da comunidade de Barra de Santana e Agrovilas, licenciamento ambiental, resgate arqueológico e ações de supressão vegetal, refletindo um comprometimento com a sustentabilidade e bem-estar das comunidades afetadas. O Novo PAC prevê mais de R$ 30 bilhões em investimentos em segurança hídrica e mais de 90% desse montante é destinado à região Nordeste.